É Um Caso De Amor Que Invade Meu Peito , Meu Vai-Vai é Paixão e Nao Tem Jeito
Hoje o Vai-Vai Faz 80 Anos
Segue um pouco da Historia dessa maravilhosa agremiação que reside dentro dos corações de toda a nação alvi-negra do bixiga
Que Me perdoem as Coirmãs mas Ser Vai-Vai é algo mais ...
No início do século XX, havia no bairro do Bixiga um time de futebol e grupo carnavalesco chamado Cai-Cai, que utilizava as cores preto e branco, da qual fazia parte um grupo de choro e jogava no campo do Lusitana, próximo ao cruzamento das ruas Rocha e Una, na região do Rio Saracura.
Por volta de 1928, um grupo de amigos, liderados por Livinho e Benedito Sardinha, ajudava a animar os jogos e festas realizadas pelo Cai-Cai, porém eram sempre vistos como penetras e arruaceiros, sendo apelidados de modo jocoso como "a turma do Vae-Vae". Expulsos do Cai-Cai, estes criaram o "Bloco dos Esfarrapados", e paralelamente, o Cordão Carnavalesco e Esportivo Vae-Vae, que foi oficializado em 1930.
O Vae-Vae adotou as cores preto e branco, as cores do Cai-Cai invertidas, como forma de ironizar o cordão do qual se separaram. Seu primeiro estandarte foi feito de cetim preto ornados com franjas brancas, tendo como símbolo no centro o desenho de uma Coroa com dois ramos de café e abaixo dos ramos, o nome do cordão, seguido da data de fundação.
Seu primeiro compositor foi Henrique Filipe da Costa, o Henricão, que compôs o samba de 1928: "Quem vive aborrecido distrai no Bloco Carnavalesco Vai Vai". Também de sua autoria foi o samba de 1929, que dizia "O Vai Vai na rua faz tremer a Terra / Quem está ouvindo e não vê / Chega a pensar que é guerra". Nos anos 1980, Henricão viria a ser o primeiro Rei Momo negro do carnaval paulistano.
O primeiro desfile oficial do cordão Vai Vai, foi em fevereiro de 1930, o tema era sobre São Paulo e o samba novamente foi feito por Henricão: “Salve São Paulo, tens o céu cor de anil/ Possui a riqueza e a grandeza, és o coração do Brasil". As fantasias eram livres, e nelas predominavam o preto e o branco. No segundo desfile, em 1931, foi cantado um samba exaltando o próprio cordão. Em 1932 devido à Revolução Contitucionalista, foi o único ano que o Cordão Vai-Vai não desfilou, mas em 1933, o Vai-Vai volta com um tema em Homenagem à Marinha Brasileira, com todos vestidos de marinheiros. De 1934 até 1965 o Vai-Vai não tinha um samba enredo, mas sim sambas exaltação, que eram cantados durante o desfile, sambas como sempre compostos por Tino e Henricão.
Djalma Branco, junto com Carioca, elaboraram grandes enredos na década de 1960, tais como "O segundo casamento de Dom Pedro I", em 1966. Por falta de verbas, em 1967 o cordão repetiu o enredo e levou o título, o que gerou grande confusão entre os concorrentes. Em 1968 o enredo foi: "A vinda da família real", onde o Vai-Vai teve como figurinista a mais alta patente em alta costura da época, o estilista Denner. Sua vinda revolucionou o mundo do samba paulistano. Ainda como enredos a Vai-Vai teve em 1969 "Aleijadinho", em 1970 "Princesa Leopoldina" - último título da entidade como cordão carnavalesco - e em 1971 "Independência ou Morte", sendo Zédi o compositor do último samba do tempo de cordão.
No início da década de 1970 a categoria dos cordões carnavalescos já estava decadente e todos passaram a se transformar em escolas de samba. Em 1972 a Vai-Vai torna-se oficialmente uma escola de samba, com a nomenclatura Grêmio Recreativo Cultural e Escola de samba Vai-Vai, estreando logo no Grupo Especial. Porém o primeiro título como escola de samba chegou em 1978, seis anos depois da mudança. Outros títulos também foram conquistados em 1981, 1982, 1986, 1987 e 1988.
No final dos anos 1990 e início dos anos 2000 a escola viveu a sua melhor fase, quando após conquista o título de 1996, foi tetra campeã consecutiva entre 1998 e 2001.
Às vésperas do desfile de 1999, as entidades judaicas Confederação Israelita do Brasil, Federação Israelita do Estado de São Paulo e B'nai B'rith do Brasil criaram polêmica com a escola, protestando contra uma das alas da Vai-Vai, que apresentava fantasias com o desenho da suástica como adereço, com a intenção de representar a suposta previsão sobre Adolf Hitler feita por Nostradamus, que era o personagem-título do enredo aquele ano.
Sólon Tadeu, presidente da escola na época, desculpou-se com representantes das três entidades, em uma reunião, argumentando que a escola não teria intenção de ofender, mas sim de apenas representar aquele elemento no enredo. Ainda assim, a escola decidiu desfilar com tarjas pretas sobre o polêmico adereço.
Em 2004, aniversário dos 450 anos da cidade de São Paulo, a escola homenageou o próprio bairro, o Bixiga e obteve um dos piores resultados de sua história, o 11º lugar, após alguns problemas na evolução.
No ano seguinte, terceira a desfilar na sexta-feira, a escola veio "mordida", e após um longo período na concentração, entrou muito bem na avenida, sendo considerada até o fim a favorita para o título daquele ano. Liderava a apuração, quando inesperadamente tirou algumas notas 9 novamente em quesitos como evolução e harmonia, terminando em quinto lugar. Naquele ano, a bateria protestou contra algums de suas notas, e decidiu também que não desfilaria no desfile das campeãs, tendo após isso o presidente decidido que a escola não participaria do desfile.
Em 2006, chegou mais perto do título, mas por meio ponto acabou em segundo lugar.em 2007, já sob o comando do presidente Tobias e com Waguinho como intérprete, a Vai-Vai, terminou na terceira colocação. O novo presidente, logo após o desfile, não polemizou sobre o resultado, reconhecendo a vitória da Mocidade Alegre, embora dizendo que gostaria de ver as justificativas de algumas notas do quesito enredo
Após o Carnaval, a escola teve que abandonar seus ensaios no bairro do Bixiga, pois sua sede não era suficientemente grande para abrigar os ensaios, e por isso estes sempre aconteciam nas ruas em volta da escola. Alguns moradores, que durante muitos anos protestaram contra supostos transtornos trazidos á vizinhança por estes ensaios, finalmente fizeram com que a prefeitura os cancelasse. Mesmo assim os ensaios continuam sendo feitos nas ruas do Bixiga. Em 2008, com um enredo sobre a educação no Brasil, a escola conquistou seu 13º título.
Em 2009 a Vai-Vai apostou num desfile mais técnico do que empolgante com o enredo "Mens sana et corpore sano-O milênio da superação" com alegorias mais realistas do que a própria beleza focando-se na falta de saúde e de higiene, no carro abre-alas, a peste negra ou peste bulbónica, tendo direito até a animais em relação sexual. No samba-enredo dizia "Que me perdoe as coirmãs", muitos pensaram em arrogância e superioridade até o presidente Tobias da Vai-Vai teve que se desculpar e aplaudir a Mocidade Alegre, que venceu o Carnaval naqule ano.
Para 2010, já sem Chico Spinosa e sim agora com uma Comissão de Carnaval,que é formada por Janaina, Neguitão, Renato Maluf, Adailson Jr, Claudio Norberto, Miguel Bionde, Penteado, Lane Santana e Marcos Januário o Vai-Vai tem como enredo "80 Anos de Arte e Euforia, “É Bom no Samba, É Bom no Couro” Salve o Duplo Jubileu de Carvalho", contando a história dos 80 anos de Copas do Mundo e também comemorando os 80 anos de sua fundação e tambem tem novo inteprete que é o Gilsinho que não cantava no carnaval de São Paulo desde de 2005 que estava na Unidos de Vila Maria.
Para 2010 também está previsto o lançamento do documentário "Vai-Vai: 80 anos nas ruas" que conta a história da Vai-Vai desde sua fundação.
Em 2010, o Vai-Vai será a 7º escola a entrar na avenida do dia 12 de Fevereiro.
Eu fui duas vezes no ensaio da Vai-Vai, aqueles que acontecem do lado de fora, na rua, é muito legal.
ResponderExcluir