sábado, 16 de outubro de 2010

Pela Paz

Muitos questionam sobre a suposta descendência do homem, as suposições são diversas passando desde contos religiosos até teorias como a de Charles Darwin da evolução das espécies que estamos cansados de ouvir nas salas de aula do nosso país.

Se tudo isso é verdade não sei, mas que o homem carrega muitas vezes consigo um resquício dos seres selvagens isso não resta dúvidas, no entanto não culpo os animais por serem selvagens, eles dependem disso para sobreviver, já o homem alimenta seu lado selvagem com as mais repugnantes desculpas para partir para a pancadaria.Vivemos em um tempo em que cada vez mais não se aceita a diferença, uma simples opinião diferente pode levar um ser humano a morte devido ao fato do outro não aceitar aquilo, achando que sua verdade ou sua situação é a que deve ser aceita e cumprida, essa visão termina no triste fato da eliminação da adversidade.

Homens animais partem para a violência pelos motivos mais fúteis possíveis, a tal liberdade religiosa que tanto se destaca no Brasil não parece no entanto ter uma vida tão liberta assim, sobretudo religiões de origem africana sofrem constantemente com o preconceito de algumas pessoas que sem conhecimento delas colocam mil defeitos e medos nas cabeças das pessoas, isso sem contar os tradicionais preconceitos como com os homossexuais, negros, indígenas e qualquer que seja o motivo que fuja do “comum” para a sociedade.

Vemos jovens divididos em movimentos com o intuito de exterminar outros grupos cujos quais eles não concordam, brigas muitas vezes gerada por diferenças de gostos musicais.Por fim as torcidas de futebol que em nome de suas paixões pelos times acabam tirando a vida de outras pessoas, o que era para ser um simples divertimento vira uma luta de idealismos cujos quais nem se sabe direito o que desejam pregar, não enxergam que para o futebol o adversário é essencial, se todas as pessoas do mundo torcessem para o mesmo time que graça teriam os campeonatos e os títulos?

A competição que era para ser uma coisa para suprir nosso instinto de competitividade acaba gerando desentendimentos por parte de seres que não aceitam as diferenças que são tão essenciais para a sobrevivência humana. O que seria do Homem sem a natureza, o que seria do branco sem o preto, o que seria da luz sem as trevas?

Vivemos num sistema e interdependência, para existir um sim tem de existir um não, para torcermos para um time tem que haver a existência do outro e graças a isso a brincadeira tem seu sabor especial.

Esse texto é uma singela contribuição do blog a campanha realizada pela amiga @AndreaDestefani no twitter #paznastorcidas . A campanha nos chama para uma reflexão pela paz creio que não só nas torcidas mas com um apelo para a extensão da paz no mundo todo, em todos os aspectos.

Assim como o jovem João Henrique Mendes Xavier Viana perdeu sua vida no Paraná à um ano atrás com apenas 21 anos, muitos jovens perdem suas vidas devido a intolerancia do ser humano que apesar de racional age como se não tivesse a capacidade de pensar, pensar no bem comum , pensar no outro .

Links

Blog de Andrea Destefani

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http://twitter.com/AndreaDestefani

Para contribuir com a campanha utilize a tag #paznastorcidas em suas mensagens e passe essa idéia a diante !

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A Busca Por Algo Que Não Se Sabe o Que …

As vezes me pego analisando o comportamento das pessoas e tentando decifrar o que falta a elas, talvez isso seja uma necessidade da minha alma, buscar respostas não só para mim mas também para os outros.Isso não chega a me incomodar mas me deixa com uma sensação de que me preocupo mais com os outros do que comigo mesmo.

O mundo vive um momento tenso, de transição do velho para o novo e essa transição está marcada pela depressão, a infelicidade é geral, não que o homem tenha sido diferente em algum momento da História, sempre buscando um algo a mais, geralmente coisas materiais, mas hoje a necessidade é diferente, é mais do que bens, é bem estar.

Por mais que tenhamos opções de consumo nada é capaz de suprir os sentimentos do homem, parece que o que esta na terra ali visível já não pode mais dar conta das nossas necessidades.Alguns dizem que o homem está cada dia mais ganancioso mas creio que é o inverso, cada vez mais ele busca no material suprir uma falta emocional ou espiritual como queiram, prova disso é a crescente mudança de religião, a maioria das pessoas esta sujeita a trocas na vida, não é mais aquela coisa presa da antiguidade em que as pessoas se prendiam em uma e a profetizavam o resto da vida como uma verdade absoluta.

No entanto há sempre aproveitadores da boa fé alheia, pegam essas necessidades e dizem dar a solução espiritual para elas, isso me deixa muito irritado e como não consigo guardar minhas irritações só para mim eu acabo falando mais do que deveria as vezes.Essa constante preocupação com os outros que é minha faz com que essas pessoas muitas vezes me julguem com maus olhos como se o errado fosse eu, não que elas sejam erradas, mas algumas estão cegas ao mundo ao redor, conheço vários casos de cegueira da alma que poderia citar aqui mas que por respeito aos donos das história omitirei nesse momento até que as histórias gritem tão alto que não poderei mais prosseguir a omissão.

Seguir o caminho do meio é estar aberto a novas realidades, a novas experiências sem se deixar levar pela onda de mentiras e falsas promessas, coisas que jamais serão cumpridas por não serem possíveis ou verdadeiras, seguindo o caminho do meio, é assim que eu procuro viver!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Olhos Fechados Para o Mundo

Uma das “vantagens” da cidade grande é o transporte público que te leva praticamente para todos os cantos do município, apesar claro das precárias condições dos ônibus, esses momentos dentro dele são um misto de desespero, angústia, aperto e reflexão, acho que qualquer passageiro teria histórias suficientemente interessantes para escrever um livro devido as diversas conversas que escutamos meio que obrigatoriamente.

Hoje no entanto o que me chamou atenção não foi nenhum dialogo mas sim um silencio, um silencio sublime, sereno e inebriante.Em meio ao caos, ao aperto, uma criança adormecia nos braços de uma pessoa que provavelmente era seu pai.Enquanto os adultos se matavam em busca de um certo conforto, não que o conforto fosse possível, a menina dormia como uma pluma leve acomodada numa espécie de ninho criada pelo senhor com seus braços que a envolvia dando-lhe provavelmente uma sensação de carinho e segurança, seu olhar era sereno e sua expressão em meio ao sonho era inerte, como se o tempo estivesse ali congelado e os braços de seu pai fossem um delicioso colchão de nuvens fofas.

Tudo isso me levou a refletir a vida, sobretudo a infância, quantas vezes  não temos vontade de sumir do mundo, de abandonar tudo o que vivemos e nos isolar, as crianças fazem isso com facilidade, basta um colo confortável e um pouquinho de sono, elas se isolam do mundo, não tem a mínima preocupação com o mundo ao redor pois seus super heróis(pais e mães) os protegeram até o fim, até as ultimas consequências.Quando abandonamos a infância e caímos nesse mundo que mais parece um gigante querendo pisotear a tudo e a todos perdemos um pouco a confiança, não dormimos mais tranquilos nem serenos, sempre carregamos alguma preocupação, seja com o ponto de descida do ônibus ou com possíveis furtos dependendo da estabilidade de seu sono.

O pai e a mãe já não são mais tão heróis e passam a precisar de nós assim como nós precisávamos deles, os papéis se invertem e vemos que a peça teatral do mundo é cheia de alegrias e tristezas, temos que nos defender sozinhos e não poderemos mais nos isolar do mundo nem fechar os olhos para o que está a nosso redor, a vida toma uma forma diferente.

Uma outra interpretação sobre o sono da criança que me veio a cabeça foi menos sentimental e mais politica, estariam nossos comandantes em um sono profundo em meio ao caos da cidade e do transporte em si, enquanto nos esprememos seriam eles crianças em ninhos confortáveis dormindo sem se importar com o aperto da população ao redor, ou seriamos nós crianças abandonadas sem um colo do poder público para poder descansar, acho que as duas interpretações cabem ao cenário porém deixo a cada um a que mais lhe convier, cada um sabe o que toca seu coração, a singeleza da criança ou o sofrimento do adulto….

sábado, 2 de outubro de 2010

A Bienal e Os Urubús

Se a bienal passada ficou conhecida como a bienal do vazio e desse ano pode ser considerada a da Censura, ao adentrar no mundo esplendoroso das artes nos deparamos com as coisas mais inusitadas que vagam pella mente do ser humano. Obra de impacto e impossivel de passar despercebida já que ocupa toda a extensão do vão entre os andares, bandeira branca de Nuno Ramos traz dois urubus aprisionados em um espaço com duas estruturas pretas feitas de areia. A obra representa a morte, a morte tão misteriosa para o humem.

O urubu, simbolo de mal agoro segundo crenças antigas criadas devido ao fato de comerem restos de corpor parece que de fato não deu  muita sorte para os artistas da esposição.Começou com a censura a obra de argentinos que era na verdade uma campanha eleitoral para Dilma Russef, candidata ao cargo de presindete do país, em seguida a vez foi dos próprios Urubús, varias associações defensoras do meio ambiente defendem a retirada da obra, inumeros protestos ja foram realizados e até o Ibama ja está pegando no pé dos bichos.

 

Porém o espirito de porco estava a solta e não se contentou em urubuzar somente Nuno Ramos, Gil Vicente, artista pernambucano que retratou figuras públicas sendo assassinadas por ele viu sua obra ameaçada pela OAB que alegava que tal arte incitava a prática de violencia, Dentre as personalidades abordadas estão o Papa , Obama, Bush, Lula , Fernando Henrique Cardoso, a Rainha Elizabeth, dentre outros.Porém até o momento o artista saiu vencedor dos embates.

Os três casos relatados acima são só uma amostra, em conversas não oficiais com monitores muitas outras coisas nos são reveladas.É lamentavel que em plena época de liberdae de expressão vejamos coisas desse genêro.

Quanto aos que acham as obras de mal gosto, não importa, arte é arte, não precisa ser bonito, apenas tem que despertar algum sentimento e nisso a bienal é um sucesso.

Outra obra interessante é um tunel onde voce entra e quando descobre a saída ao olhar para traz percebe que voce estava dentro de um útero e acabou de sair por parto normal, a sensação ao mesmo tempo que é comica nos traz uma espécie de renascimento, a imagem tão chocante do orgão sexual feminino escancarado ali como se fosse no momento do parto e você saiindo dali de dentro, só sentindo pra entender.

Quem tiver a oportunidade de ir até o parque do ibirapuera não pode deixar de participar do evento que além de tudo é gratuito.