sábado, 20 de agosto de 2011

Brincava assim …

A brincadeira começava e tudo rodava...

O mundo parava para passearmos no parque

O propósito era a prática da pura e simples diversão

A inocência em sua essência pairava a consciência.

Pega-Pega , pique esconde passa anel,

Isso era o céu .

Os pais pensavam estar passando por um período

Perigoso onde o perigo da rua pairava sobre suas preocupações

Pobres puritanos , hoje pastam

Puramente pelo fato do pensamento coletivo estar enraizado , enfatizado e desnorteado

A rua que antes era perigosa agora é assombrosa

Brincadeiras inocentes perderam a preferência

A ausência da inocência virou realidade e hoje na cidade

Não se brinca mais hoje a infância ficou para trás

Da menina o sonho de ser bailarina já não mais a encanta

Hoje o que levanta sua estima é aquilo que mais quer

Crescer logo e se tornar mulher

Bonecas dando lugar a bebes de carne e osso

Sofrer pelo brinquedo ? Nisso não tem apego

Agora o maior medo é de sofrer por amor

Cada dia mais tornando se objeto indireto

Mais cedo , disso já não se tem mais medo

O famoso bicho papão deu lugar a outra assombração

O lobo mau ... que come a vovozinha de olho na menininha

Me perdoem as palavras mas não tem jeito o que foi feito tem defeito

E se é errando que se aprende quem sabe a sociedade não se arrepende

E Repreende alguns atos que hoje nos impedem de brincar...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Bem vindo a realidade…

Onde estaríamos nós ? Presos a uma realidade depressiva e patética onde somos pressionados a ser o tempo todo , a ter o que não temos e a pensar no amanhã sem viver o hoje.Como podemos pensar em sentir felicidade onde não se da prioridade a vida?

Não é difícil nos depararmos com pessoas reclamando de seu estado atual de espírito, sentindo um cansaço enorme sem explicação física para tal sentimento.A única definição concreta é que se sente mal.Algo lá dentro do espírito grita angustiado como se precisasse se libertar.Ao que tudo indica grita mesmo.Quanto tempo você tirou de sua vida essa semana para olhar para dentro e pensar em tudo que vive , em tudo que viveu e colocar coisas boas e ruins na balança da vida e tomar uma posição de controle nela ?

Algumas pessoas se irritam com essas perguntas ou já entram em pânico ao tentar responde-las .Talvez porque saiba a resposta e tenha a consciência mesmo que intrínseca de que não vive, vegeta.Ou vive ? Vive preocupado com o amanhã sem lembrar que o controle que temos de nossas vidas limita-se divinamente ao presente,O passado já foi embora, a água do rio não é a mesma , não passa duas vezes, só uma .E onde estávamos quando a água passou, porque então se pudéssemos viveríamos sempre no passado?

Quem nunca sonhou em ter uma máquina do tempo e voltar para fazer tudo diferente ? No entanto não é isso que importa de fato para que essa angustia apática passe pra bem longe dos nossos pensamentos.Pessoas adoecem o tempo todo muitas vezes devido a traumas passados, a sentimentos mal resolvidos e o mal do século tomando conta de todos , a famigerada depressão.Lucro extremo para os laboratórios farmacêuticos e tortura eterna para seus viciados consumidores.

Acordamos todas as manhãs, seguimos nosso ritual ligando nossas TVs e logo de cara o que vemos , tragédia, tragédia e mais tragédia.Pintam um mundo para nós como se fosse tudo ruim, tudo horrível , tudo na desgraça total e quando vemos aquela energia escura, pesada nos consome .Nosso humor aonde vai parar nessa hora ? Escorre pelo ralo da hipocrisia e da tendência humana de sentir atração pela desgraça.

Uma vez imerso nesse sentimento de nada adianta a disposição ao trabalho ou a esperança de que um dia tudo vai melhorar, lá dentro está enraizada a sensação de que tudo dará errado e que será mais um dia estressante afinal por antecipação já sabemos que o transito está caótico e a cidade está violenta.

Dormimos um sono pesado, resultado das preocupações com contas, trabalhos e vivemos o medo de a qualquer momento um marginal invadir a nossa casa, marginal esse que deixamos a míngua na sociedade, afinal não queremos cuidar dele no presente, é mais fácil culpar a sociedade no futuro ou mesmo os pais da criança que roubava no farol por mero costume. As periferias repletas de gente de bem são vistas com olhos repulsivos ao habitante, a generalização é total e o sentimento de asco que as altas classes sociais demonstram quanto a essa população é absorvida por quem já fez parte disso tudo e hoje por mérito conseguiu inserir-se no consumismo e assim no contexto social normal de nossa realidade.

Onde isso vai parar ....