Despontava o Sol radiante em meio ao céu azul e límpido da selva de pedra , ao longe ouvia-se o ecoar das orações das pobres idosas que assistiam a missa na igreja , o som era trazido pelo vento em meio ao absoluto silencio de uma manhã de domingo.O despertar foi como outro dia qualquer , nem se percebia o cantar dos pássaros.
Começou o ritual por volta das 8 da manhã, lavou o rosto cujo qual as lagrimas já percorreram muito em dias passados e que poderão percorrer novamente no futuro incerto, vestiu a roupa que tinha preparado na noite anterior e seguiu para seu destino , a capela onde costumava assistir a missa afim de quem sabe encontrar ali algo que não encontrava dentro de si mesmo ou buscar algo ou alguém que lhe faltava já ha algum tempo.
O brilho do Sol na rua refletia em sua alma fazendo-o crer que aquele dia seria melhor , os barulhos já cotidianos de um dia de jogo da copa do mundo adentravam por seus ouvidos e ecoavam em sua mente como cornetas do apocalipse anunciando o fim de um sofrimento.
Não era bem assim no entanto que daquele momento em diante as coisas ocorreriam , ao ver aquele carro dourado ali parado no meio fio lembrou-se rapidamente do seu sofrimento e assim como o carro dourada era também a lagrima que corria mais uma vez seu rosto já cansado de tudo aquilo.
Tendo que se conter usou-se da boa educação que lhe convinha mostrar e abraçou a seus colegas com um sorriso amarelo disfarçando o peito dilacerado que ali transbordava de sofrimento. Entrou no recinto da celebração e como que por ironia do destino deparou-se com seu motivo de angustia ,olhou para baixo e a beijou no rosto como se aquele beijo fosse o máximo e de fato era o máximo que iria conseguir. Despediu-se pois ela já estava de saída e ela foi-se mas o seu cheiro ficou.
Aquele odor característico do seu corpo misturado com o perfume de shampoo de seus cabelos o levara ao êxtase profundo e a inercia tomou conta do seu corpo enquanto ele devaneava pelos pensamentos mais belos e ousados motivados pela fragrância que para ela era tão doce que embriagava.Sentou-se em um banco qualquer esperando a vertigem causada pelo momento passar e a atenção toda que pretendia voltar ao culto foi levada junto de sua amada cujo mesmo agora dedicava todo seu pensamento tentando lembrar daquele cheiro e o sentir de novo.
Para ele não era apenas um odor mas sim um motivo suficiente para ficar se corroendo por dentro em sofrimento por mais uma semana. E por mais que rezasse seria difícil que algum Deus o compreenda ,não que o que ele queria fosse erado ou pecado mas diante da impossibilidade que os caminhos trilhados pelos dois a situação certamente não passaria de um sonho que talvez jamais virasse realidade .
Seguiu seu dia então tomado pela embriagues daquele momento !
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