Após mais de um ano sem pisar em um ensaio ou em uma escola de samba meu domingo finalmente foi completo.Foi de repente como todas as coisas boas da vida, foi trabalhoso como todas as lutas diárias, foi enfim cheio de imprevistos.
Pessoas atrasadas e problemas com transporte, já que em um dia de Palmeiras e Corinthians São Paulo simplesmente para.Tentarei nas próximas palavras descrever um pouco do que é aquele lugar, aquela energia e aquele povo.
Não importa quantas vezes se pisa naquele solo sagrado, todos os dias se sente um arrepio ao adentrar na Bela Vista, tudo começa ali mesmo no ônibus que ao abrir as portas da espaço para a doce música que toma conta dos nossos ouvidos. É notória a curiosidade que toma conta da feição de cada passageiro do coletivo, é impressionante a emoção dos que são filhos daquele chão. Por mais que se tenha o samba na ponta da língua tal fato não se torna motivo para um possível enjôo, a cada repicar do tamborim uma emoção, a cada nota musical é despertado mais um pedacinho da paixão reclusa pelos afazeres do dia a dia e quando vemos ali estamos, todos com um arrepio da cabeça aos pés.
Esse arrepio com certeza é um sinal de lugar bem guardado pelas forças divinas, forças que protegem cada filho ali presente e que guiam nossos passos todos os anos.Algo muito forte e especial guarda nosso batuque, nosso pavilhão.Como guardiãs de tudo isso nossas baianas, experientes guerreiras na luta espiritual, verdadeiras mães do samba paulistano.
Eis que do meio da multidão surge nosso pavilhão, carregado com todo o requinte necessário e honrado pelo nosso fabuloso casal, ali é o amor que impera, é uma nação inteira representada por aquele pavilhão, é uma nação inteira representando aquele pavilhão.
Sem dúvida nenhuma nossos compositores receberam os dons dos deuses da inspiração que sopram talentos aos mortais no processo de criação do nosso samba, “Da Emoção Vai-Vai resplandeceu!”. Essa frase diz tudo o que precisa ser dito, ou sentido. O Vai-Vai se pudesse ser resumido em uma única palavra seria Emoção.
Não se vê o Vai-Vai, se sente o Vai-Vai, é uma chama que arde em nossos corações e explode a cada dia, a cada ensaio, a cada preparativo para a festa de momo, é a tradição materializada em sua forma mais bela.
O Vai-Vai resplandece em cada olhar, em cada pé ali sambando, em cada sorriso estampado no rosto ao transbordar a emoção do coração, ali nos libertamos , nos emocionamos e esquecemos de todos os nossos problemas.
Ser Vai-Vai é muito mais muito mais…
O texto mais do que respondeu minha pergunta de ontem. "Feliz da vida, lá vem o Bixiga..."
ResponderExcluirBeijos, querido
"Exemplo de comunidade "
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